Em junho de 1967, eu e Zé Riler tivemos a idéia de realizar uma festa junina para os casais lavrenses. De repente, fomos acometidos da dúvida, será que iríamos motivar "os velhos" para essa festa? Então fizemos visitas de casa em casa formulando o convite e surpreendidos com a receptividade concluímos que a velhice é um estado de espírito e só se apossa das mentes que a permitem e toleram.
Finalmente, marcamos a festa junina no Clube Recreativo Lavrense. João Sobreira era prefeito e Antônio Machado era o Secretario Geral da Prefeitura e tinha grande poder de mando. Em conversa com ele falei que idealizara uma festa junina diferente, que desse espaço aos moços, mas também os casados e de maior idade. E ele, com o pragmatismo que lhe era peculiar, indagou: e por que não agora? Ao sentir firmeza em sua resposta logo lhe informei que o Clube Recreativo Lavrense não tinha uma mesa sequer, E ele respondeu: e porque não mandamos fazer!
Felizes com a resposta favorável e com o apoio da Prefeitura e da sociedade fomos, eu e Zé Riler a procura de Mauro Brasilino, firmamos contrato, e ele imediatamente começou a fazer mesas e cadeiras, em seguida, fui ao cedro em um veículo cedido pela Prefeitura e contratei Zé de Manu (o mesmo velho sanfoneiro que hoje toca aí, em Fortaleza, no Kucucaia).
Um fato pitoresco dentre outros: Quando a minoria esmagadora, contraria à organização da festa começou a botar as unhas de fora, iniciou com a alegativa de que a mesa era cara. Fomos socorridos pela verve de Severino Leite que respondendo a um interlocutor contrário e sempre bem humorado, envolveu os ensaios que eram, de fato, uma festa e no melhor "lavrês" argumentou "compadre, já faz mais de uma semana que nós vadeia e tu inda acha caro"? Nada mais disse e nem lhe foi perguntado. Dessa vez a festa aconteceria de qualquer jeito.
Tudo pronto e morre Hilda Augusto! Em face da cultura da época era cancelamento de festa à vista. Como o processo estava avançado e o entusiasmo havia tomado conta de quase todos, foi fácil convencê-los do contrário. Os ensaios era uma festa e a festa maior foi à junina realizada de fato no São Pedro, ocasião em que Antônio Machado disponibilizou o serviço de alto falantes da Prefeitura e o som foi difundido em toda cidade, de forma que nos bairros só se via o povo dançando com toda animação.
Hoje, sempre que escuto a música "Olha pro Céu" a saudade me dá um nó na goela e repito José de Alencar ao fechar o romance Iracema "Tudo passa sobre a terra. Realizada a festa nós deixamos nos cofres do clube 80000,00 (oitenta mil cruzeiros) para a diretoria da época, se não me engano presidida por Dr. Gustavo Augusto Lima de saudosa memória. A festa e o tempo passaram, mas ficaram as lembranças de uma cidade alegre e cheia de gente festiva.
A quadrilha do pessoal mais adulto tinha como pares, entre outros que possivelmente não recorde, os seguintes casais:
Zé Severo e Francisca;
Tenente Severiano e Dona Ana;
Antonio Machado e Maria Augusta;
Zé de Dori e Ana Lúzia;
Sandoval Freire e Neta;
João Alves e Anita Machado;
Severino Leite e a esposa;
Zuza Vasques e Maria Lina
Prof. Marcondes e Sônia Sampaio;
Walter Souza e Joísa;
Benevenuto Teles Couto e Marilê Almeida;
Chico Sobreira e Antonieta;
Zezé de Rosali e Francisquinha Guedes;
Zé Airton e Dorinha;
Gustavo Leite e Ismária Batista;
Alceu Caldos e Viciene;
Amauri Sá e Terezinha Souza;
Sr. Divino e Terezinha;
Raimundo Batista e Inêz Alves;
Finalmente, marcamos a festa junina no Clube Recreativo Lavrense. João Sobreira era prefeito e Antônio Machado era o Secretario Geral da Prefeitura e tinha grande poder de mando. Em conversa com ele falei que idealizara uma festa junina diferente, que desse espaço aos moços, mas também os casados e de maior idade. E ele, com o pragmatismo que lhe era peculiar, indagou: e por que não agora? Ao sentir firmeza em sua resposta logo lhe informei que o Clube Recreativo Lavrense não tinha uma mesa sequer, E ele respondeu: e porque não mandamos fazer!
Felizes com a resposta favorável e com o apoio da Prefeitura e da sociedade fomos, eu e Zé Riler a procura de Mauro Brasilino, firmamos contrato, e ele imediatamente começou a fazer mesas e cadeiras, em seguida, fui ao cedro em um veículo cedido pela Prefeitura e contratei Zé de Manu (o mesmo velho sanfoneiro que hoje toca aí, em Fortaleza, no Kucucaia).
Um fato pitoresco dentre outros: Quando a minoria esmagadora, contraria à organização da festa começou a botar as unhas de fora, iniciou com a alegativa de que a mesa era cara. Fomos socorridos pela verve de Severino Leite que respondendo a um interlocutor contrário e sempre bem humorado, envolveu os ensaios que eram, de fato, uma festa e no melhor "lavrês" argumentou "compadre, já faz mais de uma semana que nós vadeia e tu inda acha caro"? Nada mais disse e nem lhe foi perguntado. Dessa vez a festa aconteceria de qualquer jeito.
Tudo pronto e morre Hilda Augusto! Em face da cultura da época era cancelamento de festa à vista. Como o processo estava avançado e o entusiasmo havia tomado conta de quase todos, foi fácil convencê-los do contrário. Os ensaios era uma festa e a festa maior foi à junina realizada de fato no São Pedro, ocasião em que Antônio Machado disponibilizou o serviço de alto falantes da Prefeitura e o som foi difundido em toda cidade, de forma que nos bairros só se via o povo dançando com toda animação.
Hoje, sempre que escuto a música "Olha pro Céu" a saudade me dá um nó na goela e repito José de Alencar ao fechar o romance Iracema "Tudo passa sobre a terra. Realizada a festa nós deixamos nos cofres do clube 80000,00 (oitenta mil cruzeiros) para a diretoria da época, se não me engano presidida por Dr. Gustavo Augusto Lima de saudosa memória. A festa e o tempo passaram, mas ficaram as lembranças de uma cidade alegre e cheia de gente festiva.
A quadrilha do pessoal mais adulto tinha como pares, entre outros que possivelmente não recorde, os seguintes casais:
Zé Severo e Francisca;
Tenente Severiano e Dona Ana;
Antonio Machado e Maria Augusta;
Zé de Dori e Ana Lúzia;
Sandoval Freire e Neta;
João Alves e Anita Machado;
Severino Leite e a esposa;
Zuza Vasques e Maria Lina
Prof. Marcondes e Sônia Sampaio;
Walter Souza e Joísa;
Benevenuto Teles Couto e Marilê Almeida;
Chico Sobreira e Antonieta;
Zezé de Rosali e Francisquinha Guedes;
Zé Airton e Dorinha;
Gustavo Leite e Ismária Batista;
Alceu Caldos e Viciene;
Amauri Sá e Terezinha Souza;
Sr. Divino e Terezinha;
Raimundo Batista e Inêz Alves;
Fonte: Texto João Vicente Machado Sobrinho.
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