segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A HISTÓRIA DE LAVRAS NOS TRILHOS











A estação de Lavras - 1922 - Revista Ilustração Brasileira


A HISTÓRIA DE LAVRAS NOS TRILHOS.

Rede de Viação Cearense (1917-1975)
RFFSA (1975-1997)

Linha-tronco - km 491,036 (1960) Inauguração: 01/12/1917

A estação de Lavras, hoje Lavras da Mangabeira, foi inaugurada em 01/12/1917. Ela foi a terminal da linha da E. F. Baturité até 1920, quando a linha foi prolongada até Aurora. Antes, porém, seus habitantes tinham de ir até Iguatu, mais ao norte, para embarcarem. O prolongamento até Lavras ocorreu por influência política, depois dos 7 anos de espera em Iguatu: "Em 1914 (dona Fideralina Augusto Lima) reuniu cabras, armas e munições, e enviou, aos cuidados do filho Cel. Gustavo, como ajuda a seus partidários, numa tentativa de retomar o poder, apoiando a 'Revolução de 14'. O episódio, vitorioso, chamado pelos rebelistas 'A Cedição de Juazeiro', devolveu o poder às oligarquias antigas, dele alijadas após o movimento popular ocorrido por volta de 1911. Essa participação foi imortalizada em folheto de cordel. 'Nós íamos relando o chão/Temendo a bala ferina/Mas quando ele conheceu/Que lá havia ruína/Correu com medo dos cabras/Da dona Fideralina'. Dois anos antes de morrer, a sua grande influência fez chegar a Lavras a via férrea que tornaria mais fáceis e menos lentas as viagens à capital. No dia da inauguração da estação, a velha mostrava-se alegre, forte; com seu vasto corpo jogado numa cadeira de balanço conversava em altos brados. Sempre gritou. Na primeira vez em que baixou a voz, teve-se a certeza de que realmente chegara a doença que a levaria à morte, aos 87 anos. Em agosto de 1919 termina a história de Federalina. (Matriarcas do Ceará - D. Fideralina de Lavras, de Rachel de Queiroz e Heloisa Buarque de Hollanda)
Nos anos que se seguiram o trem em Lavras armazenou e transportou toda a produção de algodão que a cidade produzia. É um dos maiores prédios do Ceará, pois toda a produção de algodão era armazenada lá e depois seguia para outros estados.
Durante muitos anos foi o transporte de passageiro mais utilizado pela população, tanto pros que tinham como destino Fortaleza, como os que viajavam semanalmente pro Cariri.
Nas décadas de 40, 50 e 60, os lavrenses que estudavam em outras cidades, embarcavam de trem, uns para Crato, Barbalha e Juazeiro e outros para Fortaleza. E nas férias o retorno a cidade natal era sempre motivo de grande alegria.
A estrada de ferro teve grande participação na vida socioeconômica de Lavras da Mangabeira, ligando fronteiras, trazendo e levando, não só a produção agrícola da terra, mas transportando seus filhos num grande intercâmbio cultural.



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