O Boqueirão, como o próprio nome o indica, é a garganta aberta, na serra homônima, a cinco quilômetros da sede do município de Lavras da Mangabeira, pelo Rio Salgado que, segundo o escritor e sociólogo Joaquim Alves, a cortou nos tempos das formações geográficas, com o volume das águas.
Formada por duas partes descomunais, aberta, na própria rocha, a referida garganta, que dá vazão, através do Salgado, a todas as águas fluentes do sul do Estado, Tem uma altura de noventa e três metros e uma largura de quarenta, com poço permanente á época da estação seca, constituindo uma das mais bonitas e fascinantes paisagens que o olho humano possa contemplar.
É célebre a chamada Caverna do Boqueirão. Originária da desagregação da rocha, e com avultado comprimento, se bem que ignorado, demora essa gruta a cerca de cem palmos acima do nível do poço, apresentando a configuração de uma cúpula achatada e servindo de morada a morcegos.
No século XIX, o Governo Imperial projetou a construção de um enorme reservatório no local. Os estudos foram confiados ao engenheiro inglês Jules J. Revy, que chegou a conclusão da inviabilidade do empreendimento, divido a diversos fatores, constantes do seu relatório, inclusive a fragilidade do rochedo nos encontros do muro e a dificuldade de se fazer um escoamento sobre a rocha sólida.
A respeito do Boqueirão e suas lendas, é muito comum se ouvir estórias a respeito de fenômenos estranhos que ocorriam no local, tanto no fundo do poço, como no interior da gruta, as quais encontram guarida na crendice popular. Salas ricamente atapetadas, mesas e altares com lindíssimas toalhas, baixelas de metal precioso e um carneiro de ouro viam-se, ali, em determinadas circunstâncias, de envolta com os encantamentos próprios das fantasias. Dizia-se, por exemplo, que no fundo do poço, que é extenso e profundo, quando a água serenava, era visto um carneiro de ouro em pé sobre uma pedra, prenunciando ali haver um intenso cabedal subterrâneo. E nos escâncaros da gruta que só se pode chegar lá de balsas pelo poço e subir as escadas até lá, era vista uma mesa atoalhada, com baixelas de ouro e prata. E se alguém conseguisse de fora, alcançar com longas varas a tal mesa e derrubar toda aquela riqueza, atemorizava-se ao ver que em poucos minutos estava novamente composta.
“Até hoje o Boqueirão continua desaproveitado, sem explorar suas potencialidades turísticas. Enquanto isso permanece escondido e perdido, em pleno sertão cearense, o nosso velho e lendário Boqueirão de Lavras da Mangabeira, maravilha rústica, mas soberba e eterna, que, por ignorada, a história não incluiu entre as principais do mundo”. (Joaryvar Macedo – 1984).
Para os jovens de todas as gerações este rio teve grande importância, pois servia de lazer, eram célebres os banhos que se tomava na sua “barragem” em tempo de férias e nos finais de semana. Tornou-se ponto de encontro da juventude do lugar. Na década de 1950 e 1960, havia lugares específicos em certos pontos do rio que separava o divertimento feminino do masculino. “O Gueguel”, sítio de propriedade de do qual o rio passava naquelas terras, era o lugar de encontro para piqueniques da mulherada.
FONTE: (Extraído do Livro “São Vicente das Lavras”de Joaryvar Macedo).
Formada por duas partes descomunais, aberta, na própria rocha, a referida garganta, que dá vazão, através do Salgado, a todas as águas fluentes do sul do Estado, Tem uma altura de noventa e três metros e uma largura de quarenta, com poço permanente á época da estação seca, constituindo uma das mais bonitas e fascinantes paisagens que o olho humano possa contemplar.
É célebre a chamada Caverna do Boqueirão. Originária da desagregação da rocha, e com avultado comprimento, se bem que ignorado, demora essa gruta a cerca de cem palmos acima do nível do poço, apresentando a configuração de uma cúpula achatada e servindo de morada a morcegos.
No século XIX, o Governo Imperial projetou a construção de um enorme reservatório no local. Os estudos foram confiados ao engenheiro inglês Jules J. Revy, que chegou a conclusão da inviabilidade do empreendimento, divido a diversos fatores, constantes do seu relatório, inclusive a fragilidade do rochedo nos encontros do muro e a dificuldade de se fazer um escoamento sobre a rocha sólida.
A respeito do Boqueirão e suas lendas, é muito comum se ouvir estórias a respeito de fenômenos estranhos que ocorriam no local, tanto no fundo do poço, como no interior da gruta, as quais encontram guarida na crendice popular. Salas ricamente atapetadas, mesas e altares com lindíssimas toalhas, baixelas de metal precioso e um carneiro de ouro viam-se, ali, em determinadas circunstâncias, de envolta com os encantamentos próprios das fantasias. Dizia-se, por exemplo, que no fundo do poço, que é extenso e profundo, quando a água serenava, era visto um carneiro de ouro em pé sobre uma pedra, prenunciando ali haver um intenso cabedal subterrâneo. E nos escâncaros da gruta que só se pode chegar lá de balsas pelo poço e subir as escadas até lá, era vista uma mesa atoalhada, com baixelas de ouro e prata. E se alguém conseguisse de fora, alcançar com longas varas a tal mesa e derrubar toda aquela riqueza, atemorizava-se ao ver que em poucos minutos estava novamente composta.
“Até hoje o Boqueirão continua desaproveitado, sem explorar suas potencialidades turísticas. Enquanto isso permanece escondido e perdido, em pleno sertão cearense, o nosso velho e lendário Boqueirão de Lavras da Mangabeira, maravilha rústica, mas soberba e eterna, que, por ignorada, a história não incluiu entre as principais do mundo”. (Joaryvar Macedo – 1984).
Para os jovens de todas as gerações este rio teve grande importância, pois servia de lazer, eram célebres os banhos que se tomava na sua “barragem” em tempo de férias e nos finais de semana. Tornou-se ponto de encontro da juventude do lugar. Na década de 1950 e 1960, havia lugares específicos em certos pontos do rio que separava o divertimento feminino do masculino. “O Gueguel”, sítio de propriedade de do qual o rio passava naquelas terras, era o lugar de encontro para piqueniques da mulherada.
FONTE: (Extraído do Livro “São Vicente das Lavras”de Joaryvar Macedo).
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